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E agora?

Há uma força à espera De sair Há uma fera contente Por cair Dente por dente Olho para o passado Como uma narrativa doente Esquecido e perdoado E o futuro não é merecido Nem bem criado Não sabemos bem Mas a esperança Fica também À espera de sair E esta criança Já não se importa De cair

The Sun of Sorrow

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I’m sorry sun You were my daughter My sister, my best friend There’s nothing on this Earth It will make me understand Why you are now dirt I’m sorry sun Your voice pierced softly through my ears Like beams of light through a clouded sky And now I hope for you in my tears And your tail hasn’t waved me goodbye I’m sorry sun You were the freedom That always came home We had so much love and so much fun But now the sun won’t come… I’m sorry sun

Instantes

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Talvez Já passou para outro lugar Uma memória distante Talvez Seja fútil esperar Por um instante É certo que a água flutua E faz flutuar Que as ondas do tempo são eternas E as brisas são palavras ternas É certo que a lágrima é tua Mas agora pertence a outro mar Fotografias de Vitor Lomba GIFs criados por moi

De um Banco de Jardim

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E se eu fosse assim Como um banco de jardim Sentar-te-ias em cima de mim? Provavelmente descansarias E deixar-me-ias aqui E nem repararias O quão belo eu sou sem ti As pessoas vão e vêm Os que sabem tudo E os que nada têm Não há como fugir Nem por o que tentar Não há porque sorrir Nem por o que chorar Palavras perdidas Emoções esquecidas Por entre árvores e sombra E o que quer que o chão esconda Há milhares de coisas que poderia dizer sobre um simples banco de jardim Contar cada história E cada fantasia Relembrar cada glória E cada agonia Sentir muito desespero E muita as esperança Viver para o eterno De cada a mudança Mas aí poder-me-ia esquecer Porque comecei a escrever Como eu me sinto assim como este simples banco de jardim

Coroação Astral

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Ela tinha o pêlo mais macio De todo o reino Um olhar profundo e conquistador E um coração cheio De amor Ela é primogénita do sol Comandante da escuridão E das estrelas A companhia e a solidão Possuí o dom de entendê-las Dona do seu próprio trono Seja feita a sua vontade Porque a sua imponência Não deve ser Confundida com vaidade Dança, Rainha, dança Guia o vento e as plantas Orgulhosa Enquanto cantas Caminha sobre mim Adormece em mim Existe de mim Te encontrarei em sonhos, Rainha.

Não consigo dormir...

Estou vazia E não consigo dormir A noite é fria E não consigo dormir É quente também É húmida e seca Cheia de sensações Que não pertencem a ninguém As marés estão estagnadas E eu só imploro por mudança Já não choro nem dou risadas Não sou velha nem criança Tenho sono Mas não consigo dormir Não tenho dono E não consigo dormir A esperança escasseia E aquela felicidade pela qual o coração anseia Despede-se dos sonhos e dos desejos Porque já não valem os abraços e não regressarão os beijos Então não me falta nada E não consigo dormir Já estou para lá de desesperada E não consigo dormir Quero poder e criar Energia para desenhar E pintar um novo mundo Quero escavar e revoltar Coragem para revelar O que se esconde bem lá no fundo Quero inventar e correr e saltar Quero ânimo e dançar E não consigo acordar

Ou 8 oU 80

E eles vão dizendo Só falo a quem me fala Só desejo os parabéns a quem mos deseja Só gosto de quem gosta de mim E pensa agora se o outro pensar assim E noutra hora Só gostaremos de ti Se gostares de ti própria Não mintas Mas a verdade é postura imprópria E se não aprendermos ainda Se não recebemos Não ensinamos Não daremos Então ninguém se gosta Ninguém encosta ou desencosta Ninguém vem Então alguém vai Alguém dá e não recebe Alguém paga e não cobre Mesmo que chova Mesmo que sobre Alguém tem de falar primeiro Alguém tem de responder depois Alguém tem de amar primeiro Mas ninguém tem que amar depois O que se faz é o caminho do meio E se o meio for tão vazio Que tudo aquilo em que creio Se torne horrivelmente frio...

O meu Feioso

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Aperta os lábios Não permitas a formação de sons Abre os olhos sábios E despede-te dos tons Pensa tanto Que o cérebro já não cabe na testa Conta a esse manto Como se faz uma festa Rasga os riscos Que se fazem rugas Voam os piscos Que roubam as peúgas Salta para a lama E arranha o tronco morto Que se tornou em chama Dentro desse coração torto De tanto rio que choro Ao ver-te seu remeloso Mas por algum motivo te adoro  Ó meu feioso

Entre o sofá e a almofada

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Procura-me para lá da noção do tempo Onde a estrada acaba E a ironia começa Procura-me para lá da direcção da razão Onde a luz é vaga E a segurança tropeça Procura como dar vazão Às cores de não fogem E torturam a alma Procura o vagão Que te atirou para o lado Largou a mão e rasgou a palma Agarra-te Aqui e agora Sem pressa e sem demora De ficar Eu não fico Vou-me perder E descobrir o que está para lá da imaginação Cada rosto, cada gesto, cada corpo e cada sensação Procura e nada encontrarás Talvez vestígios de consciências passadas Larga e te perderás No olhar de bestas iluminadas

Semear...

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Já ouvi dizer Tudo o que a gente semeia A gente há-de colher Mas aí chega uma minhoca Dorminhoca que passeia Come a semente, e ela não germina Minúscula vida que logo termina Então o que semeamos Nem sempre colhemos Nem tudo o que esperamos É o que recebemos E se semeamos ventos Talvez não venha a tempestade Talvez chegue uma brisa E a falta de vontade Então semeamos Contra o tempo e contra o espaço Então plantamos Um mundo inteiro E colhemos um pedaço

Irreconhecível

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Lembro-me bem Memórias de menina De gente pequenina E saudades de quem? Não sei bem porquê Mas lembro-me de sorrir Mas não sei de quê Sei que tinha companhia Durante grande parte do dia E depois acabou Nem sei bem como começou Para onde foi o tempo Esse tempo entre o plural e o singular Quem comeu o tempo E porque não consigo lembrar? Foi a idade? Foi alguém? Fui eu? Tenho saudades de quem E não sei o que aconteceu