VOZ
A voz quer sair Ser livre de voar Quer crescer e ir Onde não pode chegar Flutua na garganta Como um instrumento desafinado Ou incompleto Berra e canta No seu cofre fechado E secreto. Abre a porta mal oleada Solta um gemido Que não serve de nada Senta-se e espera No seu refúgio celeste Respira e supera Mas encontra a peste E o vento que não pode ser barrado Fica dentro do frasco, fechado E se suspirar é pecado E a voz não chega a nenhum lado