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Trava Línguas

O tempo perguntou ao tempo, quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem. E eu perguntei ao tempo se o tempo tem tanto tempo quanto tempo tenho eu para esperar que o tempo tenha de levar o que só o tempo pode destruir. Porque o tempo trava-me a lingua e não há tempo que o tempo tenha que me faça recuperar o tempo que eu perdi à espera que o tempo me fizesse parar de pensar em ti.

Porque sonhos.

Eu tenho os sonhos que não me atrevo sonhar E os olhos postos no que não me atrevo a olhar Só queria que os sonhos fossem só sonhos Chegassem de noite e desaparecessem de dia Porque os sonhos que me atormetam acordada São sonhos que não servem para nada Eu tenho sonhos que me deixam tonta E derretem o meu cérebro até me desfazer o pensamento Tenho mais que fazer, mais em que pensar Mas os sonhos me roubam o alento Eu tenho sonhos e só me atrevo a imaginar Mas assim que imagino é impossível de acontecer Só um milagre faria os sonhos deixarem de ser sonhos E sonhos realidade passassem a ser Não quero mais sonhos que não me atrevo a sonhar Já não quero sonhos Não quero sonhar....

Em título

Podes sofrer, aprender, cair e levantar de novo Podes lamber as feridas, reabrir cicatrizes, esquecer as mágoas e resolver conflitos Podes chorar, sorrir perder, ganhar renascer e Evoluir Podes expandir os horizontes, lutar pelo futuro Podes passar por tudo e por todos voltar atrás e fazer de novo Mas algumas coisas nunca mudam.

Não consigo dormir...

Estou vazia E não consigo dormir A noite é fria E não consigo dormir É quente também É húmida e seca Cheia de sensações Que não pertencem a ninguém As marés estão estagnadas E eu só imploro por mudança Já não choro nem dou risadas Não sou velha nem criança Tenho sono Mas não consigo dormir Não tenho dono E não consigo dormir A esperança escasseia E aquela felicidade pela qual o coração anseia Despede-se dos sonhos e dos desejos Porque já não valem os abraços e não regressarão os beijos Então não me falta nada E não consigo dormir Já estou para lá de desesperada E não consigo dormir Quero poder e criar Energia para desenhar E pintar um novo mundo Quero escavar e revoltar Coragem para revelar O que se esconde bem lá no fundo Quero inventar e correr e saltar Quero ânimo ...

O meu Feioso

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Aperta os lábios Não permitas a formação de sons Abre os olhos sábios E despede-te dos tons Pensa tanto Que o cérebro já não cabe na testa Conta a esse manto Como se faz uma festa Rasga os riscos Que se fazem rugas Voam os piscos Que roubam as peúgas Salta para a lama E arranha o tronco morto Que se tornou em chama Dentro desse coração torto De tanto rio que choro Ao ver-te seu remeloso Mas por algum motivo te adoro  Ó meu feioso

Entre o sofá e a almofada

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Procura-me para lá da noção do tempo Onde a estrada acaba E a ironia começa Procura-me para lá da direcção da razão Onde a luz é vaga E a segurança tropeça Procura como dar vazão Às cores de não fogem E torturam a alma Procura o vagão Que te atirou para o lado Largou a mão e rasgou a palma Agarra-te Aqui e agora Sem pressa e sem demora De ficar Eu não fico Vou-me perder E descobrir o que está para lá da imaginação Cada rosto, cada gesto, cada corpo e cada sensação Procura e nada encontrarás Talvez vestígios de consciências passadas Larga e te perderás No olhar de bestas iluminadas

Irreconhecível

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Lembro-me bem Memórias de menina De gente pequenina E saudades de quem? Não sei bem porquê Mas lembro-me de sorrir Mas não sei de quê Sei que tinha companhia Durante grande parte do dia E depois acabou Nem sei bem como começou Para onde foi o tempo Esse tempo entre o plural e o singular Quem comeu o tempo E porque não consigo lembrar? Foi a idade? Foi alguém? Fui eu? Tenho saudades de quem E não sei o que aconteceu

Para mim...

Como eu queria que lembrasses Lembrasses de deitar Virar os olhos ao contrário  E esquecer de respirar Lembrar é difícil assim E não posso realmente pedir Para te lembrares de mim Embora, como eu queria que lembrasses Lembrasses de ir E voltar Como eu queria que a saudade Não fosse só minha para apagar E se já não voltas, não voltes mais Porque o mundo dá voltas demais E se lembrares só vou sorrir Só para te ver partir Aquela única vez é o que tenho Vejo as pessoas a tê-lo o tempo todo E aquela única vez é o que tenho Para depois cair em mim o lodo Tenho ciúmes sim De toda a gente Não é um fim Nem é inteligente A ideia de voltar para mim

Coração fraco...

Abre-me as feridas Magoa-me as cicatrizas Já foram estas vidas Segue essas directrizes Não tentes voar Nem comeces a caminhar Continua a rastejar Se abro uma asa Empurram-me logo Para baixo de casa Para baixo do  chão Já nem é logro Já não é razão Fica ai em baixo Não saias do buraco Porque a queda é grande E tens um coração fraco

Inconsciente

Tenho medo Do futuro Já não está cheio de possibilidades E de oportunidades Começa a apertar a esperança E a acabar o sonho de ser criança Crescer Trabalhar Comprar Dormir Trabalhar Comprar Comer Mais crescer E o que eu vejo? Uma casa vazia Dias no meio do nada Uma luta intensa por criar Provar algum valor Mas se ninguém olhar A vida perde o sabor Já está tudo feito E o meu melhor Já não é suficiente E começo a fechar os olhos E a tornar-me Inconsciente

Solidão

Sempre a mesma história Só que não melhora, piora. Essa doença sem remédio Muito pior que tédio Arranca a força de estar A força de vontade Para quê levantar E pensar na saudade Não me deixa escrever Só sobre isto, não pode ser Mas quê se não há mais nada E já só apetece ficar deitada Companhia da preocupação Porque já não saber fazer Leva à destruição Daquilo que quero ser E talvez seja esse o problema Talvez seja outro qualquer Mas os meus sonhos são melhores E só quero adormecer

Escadinhas do Casal da Manhã

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A manhã casou-se com a tarde E deu à luz o meio-dia Onde o sol está mais alto e mais arde Os pássaros cantam com mais poder As flores olham para cima Está na hora de comer Agora... Para que lado, onde me posso esconder? Toda a gente cá fora e lá dentro a conviver A escolha não é feita Segue-se o nariz Duma escada imperfeita Esconder não acontece Ninguém sabe Ninguém quer saber Toda a gente pode ver À luz do que eu poderia trazer Não há nada a perder Nada a esconder Só eu perco Perco-me nos sons do silêncio Nos passos sem movimento Dum coração sem alento Então chego às Escadinhas do Casal da Manhã Desço-as desta vez Passo pelo Jardim do Até Amanhã E sento-me nos olhos do que tu não vês

O pesadelo...

Essa criatura assustadora Que assombra a noite do seres dormentes Nessa pose devoradora Que sobressalta os inconscientes É o meu dia agora Só a noite traz paz E os olhos abro embora Queira ficar para trás O pesadelo é acordar Para um mundo que me ignora E apesar de querer caminhar Me pesa o medo e me devora Sempre a solidão que não me esquece O sorriso tão raro que me faz chorar Então porque achas que não me apetece acordar?

Pedido

Peço perdão aos céus Por não conseguir crescer Peço perdão por ser Peço desculpa às pessoas Que se atravessam no meu caminho Faço por me esconder e desviar Mas o mundo é pequenino Peço desculpa a quem tiver de me aturar Por não ser um ser Que não consiga estar Totalmente sozinho Peço desculpa por existir E por nascer Mas não pude escolher E agora deveria sair Mas peço desculpa por querer ficar E por querer lutar por mim Peço desculpa por demorar Mas um dia chegarei ao fim

Não sei nada

Não tenho muito Não sei nada Digo pouco Mas estou intrigada Se alguém quisesse Aquilo que tenho Eu partilhava Se alguém me dissesse Que o mar é engenho Eu nadava Se soubesse Como é o mundo Talvez pudesse Ser profundo Se alguém me roubasse Eu talvez ficasse Elogiada E se alguém me elogiasse Eu talvez dissesse Não sei nada Não sei como nadar Num mundo de pessoas Mas se me dessem um lugar Talvez eu fizesse coisas boas

1,5x3,5cm

Estou tão zangada Tão triste, tão desolada Como pode o Homem prejudicar Qualquer outra criatura Com toda essa facilidade? Como pode um papel tão pequeno Valer uma alegria, um pouco de diversão Valer um pouco de tempo com quem se ama Como pode valer tanta desilusão Valer uma hipótese de estudar Ou fazer algo que se gosta Impedir-me da saúde cuidar Como pode valer a preocupação de uma mãe Valer o alimento de um mês inteiro Como pode valer tão mais que dinheiro Como pode valer dignidade Fazer pedir esmola a pessoas de boa vontade Como podem roubar pobres Como podem destruir vidas Por mais uns números na conta Pelo faz-de-conta que são superiores Não me admira a insanidade Não me admira a loucura Quando conseguem prejudicar outra criatura Com toda essa facilidade Como pode um pequeno papel Abrir-me os olhos? Tenho tanta vergonha De pertencer à raça humana

ellipsis

Feels like I can't be My self anymore Nobody likes the real me Just me No one else, no more I have to hide and be afraid When I think I don't have to I go away and just fade "yeah, I miss you too" Feels like running from nothing Nothing is trying to get me I fight back, but is it enough? When nothing is there for me . . . . . . . . . . . .

Maybe...

The rain comes and goes But just rain, not a soul Nobody around to speak Nobody, just one soul But the soul is alone Feeling long gone Hoping for the rain to come And be clear by the sun No use to think About what's going on Nothing is Not a thing Somedays I wish I wouldn't have tried All the people around me Now the despair reaches the desert The desert doesn't holds me on Anymore Don't know how to find confort How to find life on my own How to be alright alone That's the only thing I should have ever learned Too much loneliness makes me scared I'm afraid of talking to people again Lately they always react bad Because I miss them and I'm sad So I can't talk I can't have conversations I forgot how to pretend it's alright Well it's not alright, it's not OK I sleep too much during the day And at night I dream of waking up And there will be life again There will be people walking around my desert And t...

Medo de sonhar

Já não choro Tenho medo de não parar Custa-me adormecer Tenho medo de sonhar Tenho medo de tudo Não sei em que acreditar Tenho medo de viver Já tenho medo de sonhar A verdade não nos pertence Nós, meros mortais Alimentamo-nos de ilusões Vitaminas para a mente, essenciais Sei fingir que não percebo Tenho medo de compreender Sei fingir que estou distraída Tenho medo de me prender Tenho medo de me perder Mas sei fingir que estou perdida Talvez não saibam para onde vou Talvez não queiram saber Sei fingir que sou fingida Mas tenho só medo de perceber No faz-de-conta sou forte No faz-de-conta não tenho sorte Mas tenho só medo de te ver Tenho só mesmo medo de viver Mas tudo bem, eu enfrento o mundo Se não tiver de te voltar a enfrentar Tudo bem, eu abro os olhos Mas já tenho medo de sonhar

Desabamento

Não sei se está alguém aí Sei que já não há Nada aqui Um espaço vazio Letras em nenhum lado O que havia Já foi tudo arquivado A minha visão perdeu-se O mundo que eu criava Fundiu-se na realidade Não pode ser verdade Eu sei que amo tudo o que amava Estou aborrecida Do meu próprio aborrecimento Se um dia redescubro a vida Vai ser um desabamento Dedicado a Carlos Miranda . Obrigado pelas nossas conversas ;)