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A mostrar mensagens de fevereiro, 2010

O grito da borboleta

Por entre o espaço e o tempo Um grito irrompe por dentro Numa tarefa de morte Só pânico como consorte Um estalo na espinha Parte-se mais um consenso E um animal agora definha Em agonia num tom denso O mar torna-se nuvem O fumo alastra o oceano As pequenas gotas caem No chão que berra insano A solidão estremece Numa imensidão de medo E a loucura apodrece Na sua história sem enredo O desespero na sua envergadura Chega atraiçoando o horror E a sensação de sutura Inala remoendo o fedor O choro começa a perdoar E o riso magoa o vento Vergado e preso pelo trovejar Na alucinação de um colorido cinzento E paira o alento no ar E pára o sentimento de coroar Todo o mundo não passa de uma silhueta E eu ouço o grito da borboleta Before I sink into the big sleep I want to hear the scream of the butterfly The Doors (when the music’s over)