Casa
Não é minha nem é tua
Então fica aí, pára
Não saias para a rua
Vai ao seu quarto
Salta na cama
Lê o seu diário
Descobre quem ela ama
Olha pela janela
Observa toda a vista
Será bom para ela
Passar sua vila em revista?
Vai ao quarto dos seus pais
Tão aconchegante…
Descobre na sala
Meras coisas banais
Torna-se um pouco alarmante
Vai à cozinha
Lembrança cheirosinha
Dos tempos que passou sozinha
Abre então essa porta
Pé ante pé sobre o terraço
Jaz um gato no regaço
De um corpo, uma alma morta
Esses olhos…
Esses olhos olhavam o céu
Em busca de quê?
O nevoeiro, como um véu
Vai cobrindo o seu mundo
Descobrindo o profundo
Sem saber bem porquê
Então foge
Sai, vai
Para bem longe daí
Não te atrevas a pensar mais
No corpo que jaz aqui
(Novembro de 2008)
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