Eremita

Já só há um pedacinho de terra
Aqui
No peito do meu coração

Porque a lua que fingi
Já não sorri
De satisfação

O cantar mudo de um pássaro cego
Conta-me o sono da constelação
Onde construí o meu ego

Mas o conto de mulher não me serve
E a criança já não brinca
Nem absorve

E o futuro
Que anda por aí perdido
Como um furo
Num pneu vazio

O sentido enlouquece
Porque as cores se misturam
O negro na terra é branco no espaço
A paz na guerra é só um pedaço

Do buraco que me atormenta
E já não reinventa

O mundo não corre fácil
Porque as regras foram escritas e descritas
E agora somos todos
Eremitas

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